Contra o dia burocrático e o modo funcionário de viver

28.3.08

Merce Cunningham, the choreographer, by Mikhail Baryshnikov, the Photographer


















Baryshnikov, o genial bailarino que levou Carrie Bradshaw para Paris, expõe uma segunda mostra temática da sua fotografia, e a crítica sorri-lhe novamente.
A exposição Merce, My Way está patente na galeria nova-iorquina 401 Projects, e retrata os corpos arrastados dos bailarinos que dão corpo a coreografias de Merce Cunningham, o criador da minimal dance (um estilo de dança moderna experimental e de vanguarda, marcada pela abstracção, ausência de argumento e desligação integral a simbologias), e um dos maiores coreógrafos vivos.
Se a dança de Merce era impressionante quando a dançava e agora quando a coreografa, Baryshnikov faz suspirar a lente e o resultado é fantástico. Depois da primeira mostra, Mikhail Baryshnikov dança com a câmara e rende homenagem ao lema de vida de Merce Cunningham: «My work is – or at least what I attempt to do – is to take each person for what they are».
Resta-me invejar os nova-iorquinos e deixar o trailer da exposição, narrado Baryshnikov himself, aqui.

27.3.08

Da seta laranja ao azul virado de costas para o céu

Assinalando os seis meses de Menezismo no PSD (será que ainda devemos acrescentar «PPD«?), o DN faz a seguinte manchete: Seis meses, cinco crises e quatro ziguezagues.
Concordo, Francisco, crise e ziguezagues são o retrato destes seis meses. Tenho apenas uma pequena discordância de aritmética: a crise é um bloco só, e os ziguezagues vão além dos quatro...

O noivo, a noiva e o outro - um episódio parlamentar


Aconteceu ontem de manhã, na Assembleia da República, a audição do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, pela Comissão de Orçamento e Finanças. Analisava-se o Relatório sobre o Combate à Fraude e Evasão Fiscal.
Interpelando o Secretário de Estado, Diogo Feio, dando corpo à actual postura contribuinte-friendly do CDS-PP, agitou a sala ao falar sobre a vetusta questão da obrigação de os noivos prestarem exaustivas informações sobre a sua boda, ao Fisco. Localizando o assunto numa «República da Bufaria», o CDS-PP acusou o Governo de promoção de conduta conjugal indevida - imorais, dir-se-á, à luz dos cristãos princípios que regem o PP: haverá aqui uma "ménage à trois tributária", entre marido, mulher e Fisco?, perguntou.
Paladino da defesa do contribuinte e dos valores tradicionais da família, o Deputado do PP terminou a reunião em partilha de leito parlamentar com o BE e o PCP. E que tipo de ménage à trois será esta?

7.3.08

...


É verdade que o fim-de-semana promete sol e magníficos dias de Março. Mas a voz falha-me, meio rouca do desalento de 90 minutos na Luz. Nem o Mantorras, nem o Rui Costa – que continua a ser a equipa quase toda – nem o esmorecimento do Nuno Gomes já o jogo ia terminado, nem o sol desta sexta-feira animam uma benfiquista que assistiu a um jogo meramente razoável, mas no qual o Benfica fugiu à apatia (que às vezes compensa… com o Nuremberga o futebol foi miseravelmente adormecedor, mas ganhamos...) e sofri desgraçadamente. E para quê, Srs. Jogadores?

Agenda Cultural: João Céu e Silva, esta tarde

6.3.08

O Maestro


Corre uma petição para que Rui Costa permaneça ao serviço do futebol – e do Glorioso Benfica, claro está – por mais uma época. A verdade é que o Maestro afina a orquestra em campo há 36 anos... Não sei se o convencemos, nem sei bem se quero contribuir para a persuasão. Mas cada vez que o Benfica joga sem Rui Costa, cada vez que ele entra e nos resolve a vida, cada vez que marca ou faz aqueles passes inimagináveis, espero que os dois meses que faltam se demorem.
É que a pedagogia musical deste Maestro benfiquista seria essencial para afinar a Direcção Desportiva. Ou a Presidência.
…Pensado bem, desde que a batuta não cesse...

A (à) volta II

Os meus co-bloggers do 5 Dias têm uma paciência desmesurada para aturar (ou será melhor dizer, tolerar?) a minha ausência.
A escrita, bloguística ou de outra natureza, reclama vontade e disposição. E quando publicitamos os nossos escritos, implica também vontade de ser lido. Lida, no caso, que estou cada vez mais alinhada com a doutrina para-ortodoxa da igualdade de géneros. Cá por coisas… Sucede que me tem faltado esta última vontade: a de partilhar com o olhar alheio, desconhecido e muitas vezes anónimo (relembro uma tipologia específica de anonimato, muitas vezes muito vil), o que penso, digo, reflicto, escrevo.
Mas a nostalgia chega e cá me apresento, de volta e à volta da escrita, dos dias e dos blogues.

P. S. 5 Dias: apresento-me ao serviço nos próximos dias. Esta declaração pública vale mais do que as minhas falhadas declarações de intenções…?

A (à) volta I